Entenda o que é Follow-On e como funciona uma oferta subsequente de ações
22 Julho 2025O mercado financeiro está cheio de termos específicos, e um deles, que vem ganhando destaque entre investidores, é o “follow-on”. Embora o IPO, que marca a primeira oferta de ações de uma empresa na bolsa, seja mais conhecido, o follow-on também representa um momento importante para companhias já listadas e para quem busca investir. Mas, afinal, o que significa follow-on, como ele funciona e por que as empresas optam por essa alternativa?
O que é follow-on
Follow-on é o nome dado para a chamada “oferta subsequente de ações”. Ou seja, é quando uma empresa que já abriu seu capital e possui ações negociadas na bolsa decide emitir novos papéis para captar recursos junto ao mercado. Diferentemente do IPO, que marca a entrada da companhia na bolsa, o follow-on acontece em um segundo momento, geralmente com o objetivo de levantar mais dinheiro para financiar projetos, expansões ou ajustes em sua estrutura financeira.
De forma simples, quando uma empresa realiza uma oferta de ações, ela está vendendo pequenas partes do seu capital para investidores. Cada ação representa uma fração da companhia e quem as compra se torna sócio, podendo lucrar com dividendos e a valorização desses papéis ao longo do tempo.
Por que as empresas realizam follow-on
Há várias razões para uma companhia optar por uma nova emissão de ações após o IPO. Entre os principais motivos estão:
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Obter recursos para ampliar suas operações ou investir em grandes projetos;
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Financiar aquisições de outras empresas do setor ou de segmentos complementares;
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Entrar em novos mercados;
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Reestruturar o endividamento e equilibrar as finanças;
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Oferecer mais liquidez às ações, aumentando a quantidade disponível para negociação na bolsa;
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Proporcionar saída a sócios que desejam vender sua participação.
A realização do follow-on pode, assim, ajudar a companhia a crescer, diversificar seus negócios e fortalecer sua presença no mercado. Para os investidores, pode ser uma oportunidade de participar dessa trajetória e obter ganhos com o desenvolvimento da empresa.
Como é feito o follow-on
O processo de follow-on é mais ágil em relação ao IPO, pois a empresa já atende a diversas exigências da bolsa, como auditorias e publicação de documentos obrigatórios. O primeiro passo é o registro da oferta junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Depois, forma-se um grupo de instituições financeiras, que será responsável pela coordenação e distribuição das novas ações no mercado.
Na sequência, a empresa e os bancos envolvidos definem o tamanho da oferta e a metodologia de precificação dos papéis, considerando as condições do mercado no momento. A participação do investidor pode ocorrer por meio de reservas feitas junto a corretoras, permitindo que tanto pessoas físicas quanto institucionais adquiram os novos papéis.
Vantagens e desvantagens para quem investe
Para o investidor, participar de uma oferta subsequente pode trazer algumas vantagens. Uma delas é a chance de aumentar sua participação em uma empresa que já conhece, sem precisar esperar movimentos de mercado. Além disso, o aumento da liquidez dos papéis pode facilitar compras e vendas futuras.
Por outro lado, é importante considerar que a emissão de novas ações pode diluir a participação dos acionistas antigos. Isso acontece porque o total de ações em circulação aumenta, diminuindo o percentual que cada investidor detinha antes da oferta.
Outro ponto que merece atenção é a destinação dos recursos captados. Investidores devem analisar se o dinheiro será usado de forma estratégica pela empresa, buscando crescimento sustentável e geração de valor no longo prazo.
Tipos de follow-on
O follow-on pode ser feito de duas formas principais: oferta primária, quando a empresa emite novas ações e recebe o dinheiro diretamente, ou oferta secundária, quando sócios vendem parte de suas participações, repassando os recursos para eles mesmos.
Há casos em que as duas modalidades são combinadas, o que permite à empresa captar recursos e, ao mesmo tempo, dar liquidez aos acionistas que desejam sair do negócio.
Quando vale a pena investir
Antes de investir em uma oferta subsequente, é fundamental analisar o histórico da companhia, suas perspectivas de crescimento, a transparência na gestão e o objetivo da captação. Empresas sólidas, que apresentam planos claros de expansão e bom desempenho, tendem a oferecer mais segurança para quem decide participar do follow-on.
Em resumo, o follow-on é uma importante ferramenta para as empresas ampliarem seus recursos e, para os investidores, pode ser uma boa oportunidade — desde que feita uma análise criteriosa dos riscos e vantagens envolvidos.